sábado, 19 de julho de 2008

Constrangidos de pés lavados

Todos os cristãos estão bem familiarizados com a narração feita a respeito do momento em que Jesus lava os pés dos discípulos. Essa narrativa encontra-se somente no evangelho de João no capítulo 13 e é uma rica lição a respeito da humildade do Filho de Deus ao se curvar e realizar a tarefa que era feita pelos servos mais inferiores na sociedade daquela época.

Apesar da grande lição da humildade, outra lição me chama atenção neste texto, e é o constrangimento de Pedro no versículo 6 ao ver Jesus se inclinar para lhe lavar os pés. Acho muito interessante a reação de Pedro e eu não a entendia até que eu apliquei aquela ocasião à minha própria vida. Fiquei a imaginar como seria ter os meus pés sendo lavados por Jesus, o Deus em forma de homem. Realmente, que grande constrangimento seria.

O diálogo entre Jesus e Pedro nos indica algo a respeito daquele acontecimento. Jesus diz para Pedro no versículo 10 que não é necessário lhe lavar todo o corpo, pois este estava limpo, sendo assim, só teria que lavar os pés. O que quer dizer esse corpo limpo e o que quer dizer os pés sujos?

Com relação ao corpo limpo, creio que há pouca dúvida a respeito. Obviamente que Deus “lavou”, “purificou”, tornou “limpos” todos aqueles a quem Ele fez cumprir o Seu propósito eterno. E isso, como o próprio Cristo diz para Pedro, é feito uma só vez, sem a necessidade de haver uma repetição deste ato.

Se é assim, isso quer dizer que nunca mais nos sujamos, que não pecamos mais? Esse ensino seria mentiroso, afinal todos sabemos que mesmo aqueles que foram lavados por Deus, apesar de não viverem mais no pecado e não serem escravos do pecado, ainda assim às vezes acabam “manchando as suas vestes” com o pecado, ou, aplicando o texto de João 13, acabam por sujar os pés.

Ao sujar os nossos pés, necessitamos que eles sejam limpos e, como o prometido em 1 João 1:9, se confessarmos os nosso pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar. Porém, lembram-se daquele constrangimento de Pedro? Agora, imaginem que sempre quando sujamos os nossos pés e entramos na presença de Deus, é necessário que Jesus os lave. Não mais o corpo inteiro, mas aos pés sim e o constrangimento é o mesmo. A transgressão, ou o pecado, dos filhos de Deus, não é mais como contra a lei, mas contra o amor do Pai e por isso há constrangimento.

Essa verdade que aprendemos tem que nos incitar a deixarmos cada dia mais o pecado de lado, a mortificá-lo, como dizem alguns teólogos. Sempre haverá constrangimento no coração daqueles que sabem contra Quem pecaram e sabem que não merecem ter os seus pés lavados por tão grande Deus. O amor de Deus excede todo entendimento.

terça-feira, 8 de julho de 2008

calar ou falar?


Espero que você já tenha passado por tal experiência, sabe aqueles momentos em que você vai orar por alguma situação específica, seja particular ou que tenha a ver com pessoas que você ama, e derrepende você parece não saber exatamente o que pedir e fica na dúvida o que deve falar ou se deve calar?
Por que será que isso acontece? Eu sei explicar por que isso acontece comigo particularmente, mas ainda bem que a Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, explica esse acontecimento de forma muito melhor do que eu. Em Romanos 8:26 Paulo diz que não sabemos o que pedir nas orações. Algumas traduções não deixam muito clara a idéia de que o problema não está em como orar, mas em como pedir. De qualquer forma o problema está no que pedir e não em como pedir. Paulo diz que isso é uma fraqueza nossa, fraqueza essa que é auxiliada pelo Espírito Santo, como Paulo diz neste versículo.
Por que eu digo que esta é uma experiência desejável por assim dizer? Porque os únicos que podem ter algum tipo de dúvida com relação ao que pedir são aqueles que sabem que, por serem criaturas pequenas e fracas, não sabem exatamente o que é o melhor em cada situação da vida. Mas, não somente sabem disso, mas também sabem que Deus, que é onipotente, onisciente e soberano, é Aquele que realmente sabe o que é o melhor, ou o que é adequado para aquela situação especificamente. Por causa dessa nossa falta de entendimento e por sabermos que Deus é quem realmente entende das coisas é que travamos em alguns momentos na hora da oração.
Felizmente não somos os únicos que sofremos disso. Alguns Salmos demonstram esse tipo de acontecimento quando o escritor começa pedindo por algo, mas parece perceber que ele não sabe de nada, comparado com Aquele a quem ele está se dirigindo e acaba mudando o rumo de sua oração. O próprio Paulo não sabia muito bem se ele desejava morrer para poder estar com Cristo logo ou se queria permanecer vivo e assim poder ajudar mais as igrejas e os irmãos.
Mas, às vezes a gente acaba orando mesmo pelas coisas erradas, assim como Paulo orou para que o seu espinho na carne fosse retirado, mas não foi atendido por Deus e na verdade levou uma pequena repreensão por isso. Repreensão pior levou Moisés em Deut. 3:23-26 ao pedir pra ver a a "boa região montanhosa e o Líbano".
Na oração, é melhor calar do que pedir aquilo que não se deve. É melhor somente ficar na presença de Deus e esperar que o Espírito mesmo te ajude e te fale o que pedir.Mas, como somos realmente fracos e às vezes nos esquecemos das coisas, devemos sempre acabar nossas orações como o próprio Filho de Deus, que dizia: "porém, não a minha vontade, mas a Sua". Deixe para quem realmente entende das coisas e esse é Deus.