segunda-feira, 14 de setembro de 2009

aparências, meras aparências!


2 Timóteo 3:5 (Tito 1:16) – Com aparência de piedade, mas rejeitando-lhe o poder.


A lista de horror do capítulo três da segunda carta a Timóteo é algo impressionante por pelo menos três motivos. As características em si são horripilantes; o que Paulo diz é extremamente verdadeiro nos dias atuais; e, por último e mais impressionante de tudo, é que essas pessoas, com essas características, podem ter aparência de religiosas ou piedosas. Esse último fator é impressionante porque ao ler essa lista, o que vem à mente é a realidade de uma sociedade totalmente ímpia e entregue à carnalidade, dificilmente alguém leria isso e diria que essas são características de pessoas que se dizem seguidoras de Jesus. Porém, é isso que Paulo diz.

Aqui é possível perceber quão longe o ser humano pode ir com sua falsidade, aparência, pretensão, hipocrisia, engano entre outras coisas. Se é assim, parece que não há nenhuma forma de separar entre aparência e verdade. Se homens gananciosos, mentirosos, blasfemos ingratos etc, podem se passar por religiosos, então será que a religião ou a piedade tem alguma coisa que evidencie sua veracidade? Será que há algo na religião que vai mais fundo do que somente a aparência ou a religião é um conjunto de rituais superficiais que qualquer um é capaz de praticar? Se a religião fosse isso, quão ridícula ela seria. E, a verdade é que realmente a religião moderna, seja ela qual for, é realmente ridícula porque não passa de aparências. Desde o judaísmo mais rígido, como a seita dos fariseus, até o misticismo mais “libertador” como Nova Era, não passam de aparências. E por que é assim? A resposta de Paulo é poderosa e penetrante.

A superficialidade, a aparência está na negação do poder. Que poder é esse? Talvez ajude a tradução que usa a palavra eficácia ao invés de poder. A questão é a seguinte: qual a eficácia da religião? Que poder a religião tem para melhorar o homem e o lugar em que ele vive? A palavra melhorar é subjetiva, mas mesmo pensando de acordo com o senso comum do que venha a ser melhorar, é possível comprovar o argumento. Qual é o poder transformador da sua religião? Só existe uma religião que diz que por meio da salvação oferecida, há transformação total do ser e, tendo sido transformado, ele também transforma o lugar em que vive. Infelizmente, a salvação conquistada por Jesus Cristo também ganhou aparências e superficialidades, mas não é por isso que se julga o que é o cristianismo como religião. Julga-se o cristianismo é por aquilo que o Seu mestre disse e o que o Seu mestre disse, nos lábios ou na pena de Paulo, é que a fé em Cristo tem um poder transformador e se não há transformação, ou seja, poder, então não há verdadeiro cristianismo, não há um seguidor verdadeiro de Cristo.

A igreja cristã contemporânea é um acumulado de amantes de si mesmos que tem aparência de religiosos, mas se tornaram profissionais em rejeitar e negar o poder transformador da fé em Cristo, o poder transformador da salvação conquistada por Jesus na cruz. Negamos o poder e nos igualamos às outras religiões, pois a única diferença existente são os tipos de máscara usados. Em algumas, a máscara é bem enfeitada, outras são mais toscas, algumas são muito artificiais e dão na cara que são máscaras, outras são muito bem feitas para enganar, mas todas são máscaras. Enquanto a salvação, a fé e a graça não transformarem vidas, da pessoa e dos que estão a sua volta, não há verdade, só há aparência.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Quem dera os pregadores fossem tão corajosos quanto essa mulher a ponto de falar a verdade não importa como isso possa vir denegrir sua reputação num mundo onde o que é valorizado é se manter bem certinho de acordo com o pensamento majoritário de que tudo vale desde que a lei aprove.

Vídeo 1
Vídeo 2

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Corre logo pro fim!



Nem sei como começar esse post, talvez eu passe logo para o fim. Quantas vezes nós não sentimos vontade de pular os capítulos dos filmes pra ver logo como vai ser o final? (antes nós acelerávamos o VHS). Ou, ao ver uma novela (um amigo de um amigo meu que assiste novela me disse isso) queremos que ela chegue logo ao fim pra gente ver como vai ser.

Toda a nossa cultura está baseada nos fins. O desejo das pessoas é chegar ao fim o mais rápido possível. Por isso, ir de avião é muito melhor do que ir de ônibus; ir de carro é muito melhor do que ir de bicicleta; ir a pé, nem pensar. Realmente a tecnologia modificou o nosso jeito de pensar sobre, e de ver, a vida. O caminho, a viagem e o percurso não importam mais. As paisagens ficam pra trás, porque a única coisa que importa é o destino final. Por conta desse novo jeito de pensar (digo novo, porque uns 200 anos atrás ou menos, andar 200 km era uma distância a ser percorrida durante uns dois dias cavalgando), nós encontramos algumas dificuldades.

Logo nós questionamos o jeito de Deus fazer as coisas, porque Deus, diferente de nós, não é movido pelo desejo de terminar logo as coisas. Nós só pensamos no fim, Deus sabe que o fim é o desenvolver do princípio e do meio. É por conta disso que muitas coisas na criação de Deus demoram tanto para acontecer. Por que temos que esperar tanto até que uma árvore cresça, floresça e, só depois de muito tempo, dê o seu fruto? Ou, algo mais espiritual, por que a história da redenção demorou tanto pra acontecer? Por que escolher Abrão, pra depois lidar com Isaque e Jacó? Por que 400 anos no Egito, 40 anos no deserto? Por que Jesus esperou 30 anos pra começar a falar publicamente? Por que as coisas não foram mais rápidas?

E nas nossas vidas? Por exemplo, porque Deus não me arrebatou logo depois que eu O conheci e me converti? Por que passar 80 anos de vida com Deus neste mundo, como Policarpo, ao invés de ir logo morar com Ele? Eu sei que podem existir muitas respostas para essas perguntas, mas acima de qualquer coisa, eu creio que Deus formou e planejou as coisas de tal forma, que o processo é essencial para o fim, pois o processo faz parte do fim.

Nas nossas vidas, é claro que andar pelo caminho é tão importante quanto o entrar pela porta. Na história da redenção, é claro que o modo como tudo ocorreu, a escolha de Abrão, Israel, o Egito, a monarquia, o exílio, tudo isso foi essencial para o cumprimento da vinda do Messias. Olhar para os meios esclarece muito sobre o fim. É necessário viver e experimentar a vagarosa caminhada para usufruir com mais alegria o destino final.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Deus, O cirurgião




Jesus já foi chamado de o médico dos médicos. Até o evangelista Lucas, como médico, aborda Jesus como sendo um possível médico dos necessitados, dos doentes. Até aqui qualquer cristão concordaria. Mas e quando pensamos em Deus como um cirurgião. Acredito que poucos concordariam, apesar de alguns evangélicos modernos provavelmente desejarem que Deus fosse um cirurgião plástico. Mas, a verdade é que Deus realmente faz operações e essas operações são cirúrgicas.


Em Hebreus 4:12 há uma descrição do instrumento que Deus usa para as suas cirurgias. Eu não sei exatamente qual seria o objeto mais afiado da época de Jesus, mas é bem provável que um dos objetos mais afiados fosse a espada com o corte duplo, com dois gumes. Esse instrumento afiado e penetrante é a Palavra de Deus. Ela penetra no mais íntimo do ser humano para que possa operar ali uma grande mudança. O fio da espada penetra até chegar no coração para que ele seja transformado conforme a verdade que é a Palavra de Deus. Obviamente esse corte, essa operação, não é algo que ocorre de forma indolor. As cirurgias atuais possuem um precioso escape para essa dor, que seria possivelmente intolerável, me refiro à anestesia.


Porém, por incrível que pareça, Deus é um cirurgião e não um anestesista. As duas funções são totalmente diferentes e Deus só está comprometido com a operação em si. Isso nos fala tanto sobre Deus quanto também nos fala muito sobre nós mesmos. O homem sabe que a Palavra de Deus penetra como um bisturi afiado e tem como objetivo causar um corte profundo que chega ao coração. Por saber disso o homem criou o seu escape, o homem criou a sua anestesia. Essa invenção foi ignorar a Palavra de Deus. Mas, ao ignorar a Palavra, o homem não simplesmente ficou anestesiado, o homem ficou endurecido. O seu coração ficou como pedra. Por isso é que o autor de Hebreus diz em 3:15 para que ao ouvir a Palavra de Deus não se endureça o coração.


Com o coração duro ou não, o bisturi de Deus ainda é capaz de penetrar fundo e operar até mesmo essa pedra dura. Mas o homem deve aceitar ser operado sem anestesia. Ser operado sem anestesia quer dizer ser penetrado pela Palavra de Deus e deixar que ela mostre a podridão que há dentro do homem e a retire como um tumor que é removido. Ser operado sem anestesia é provar a própria corrupção que há dentro de si e deixar que Deus a tire, caso contrário a morte é certa. Tudo isso, toda essa dor, é contrário à natureza humana que está sempre fugindo da dor (por isso há tantas pessoas sentadas nos bancos das igrejas que tomam sua dose de anestesia antes de ouvir a Palavra de Deus). Ir contra a natureza humana é exatamente aquilo que Deus espera que o homem que deseja ser operado haja. Quem está disposto a confiar a vida nas mãos do mais impressionante de todos os cirurgiões? Do cirurgião que é capaz de mudar vidas eternamente? Mas, não se esqueçam que tudo ocorrerá sem anestesia.

sábado, 11 de julho de 2009

Monstros S.A.


Já foram feitos muitos filmes, sejam de terror ou não, que envolvem monstros. A grande maioria desses filmes mostra um ser totalmente desfigurado e que parece nada ter a ver com os seres humanos. Porém, alguns filmes mostram monstros que se assemelham bastante com as pessoas, só que de uma forma mais amedrontadora. Ontem vi um desses filmes. “Eu sou a lenda” com Will Smith, contém uns personagens que são seres humanos “alterados” por um vírus. Esses seres se transformam em monstros que de humanos só têm algumas características anatômicas.

No filme, um vírus causa essa mutação. Mas, o que impede que as pessoas se transformem em verdadeiros monstros? O que faz com que a vasta maioria das pessoas no mundo não seja tão perversa e maldosa? Será que a educação, o governo ou sei lá o que, podem evitar isso? Acho difícil que essas sejam respostas válidas. Talvez, essas coisas podem ter alguma influência, mas a história revela que quase nunca essas coisas evitam que certas pessoas passem de seres humanos “normais” para seres “monstruosos”.

Num mundo criado por Deus, as coisas não acontecem separadamente dEle. Por isso, ao observarmos o mundo, temos que pensar como isso pode ter a ver com Deus. Na teologia há algo chamado graça comum. Essa graça é derramada sobre todas as pessoas sem distinção. Isso resulta que justos e injustos, educados e mal educados etc. têm os mesmos benefícios comuns como a chuva, o sol, o alimento etc. Mas, é essa graça comum, a explicação para o fato de num mundo cheio de pecadores, pessoas egoístas, rancorosas, vingativas, ainda haver beleza, amor, paciência, sorrisos, arte, música, alegria e tudo o que podemos pensar de bom. É também essa graça a explicação para o fato de pecadores não serem cada vez mais pecadores até que virem monstros.

O que evita as pessoas de se tornarem monstros, como os que vemos nos filmes, é a graça de Deus que inibe a ação do pecado e limita sua influência sobre a criação como um todo. Se Deus, por um só dia, deixasse de derramar sobre nós a Sua graça, seríamos todos consumidos pela nossa própria monstruosidade. Sem a ação de Deus no mundo, o que resta é o que nós somos sem Deus, nada a não ser maldade. O único que tem o poder de lançar luz sobre estas trevas é Deus. O único que tem poder para evitar que nos tornemos monstros é Deus.

domingo, 17 de maio de 2009

direito X responsabilidade



Quantas vezes você já ouviu alguém falar sobre algum direito que ela tinha, mas que foi violado? Num mundo guiado pelo capitalismo, é óbvio que existam organizações criadas somente para defender os direitos de consumidores. Mas, não é só no âmbito mercadológico que existe forte ênfase nos direitos. Podemos ver vários movimentos de grupos que contestam certas práticas, sejam do governo, de empresas ou de indivíduos, pois essas práticas violam os direitos de quem quer que seja.

Essa cultura do direito pode chegar longe demais; tão longe, que uma mulher pode reivindicar o seu direito de liberdade como argumento para matar uma pessoa que se forma em seu ventre. O que as pessoas esquecem é que onde houver direito para uma pessoa, haverá responsabilidade para outra. O direito de um consumidor, implica na responsabilidade do fornecedor. O direito de um bebê, implica em responsabilidades para os pais. O direito, seja ela qual for, implica em responsabilidade.

Todos estão prontos a reivindicar os seus direitos, mas são lerdos para se responsabilizarem. O mundo em que vivemos é um mundo de direitos, mas não um mundo de responsabilidades. Fica muito claro que isso é promovido pelo egoísmo inerente nas pessoas. Todos querem ter direitos, mas ninguém quer ter responsabilidades. Parece que esse sentimento é tão forte que, de alguma forma, estão sendo criados direitos sem que haja ninguém para se responsabilizar por eles. No caso do aborto, a mulher obtém o seu direito e a responsabilidade acaba caindo num feto que nem tem como reivindicar os seus direitos também. Toda responsabilidade que puder ser lançada para alguém que não pode reivindicar os seus direitos, será lançada.

Eu duvido que estaríamos vivendo em um mundo tão corrupto, injusto e violento se ao invés de buscarmos os nossos direitos, nós buscássemos saber quais são as nossas responsabilidades. Ao contrário do que se pensa, onde houver busca por direitos sem pensar na responsabilidade, haverá corrupção e injustiça, pois as pessoas conquistarão aquilo que elas pensam ser os seus direitos, nem que seja por meio da injustiça e da corrupção.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Eu sou


Quem nós somos? Poucos são os que podem responder essa pergunta com convicção e sem hesitar. Por que será que se tornou tão difícil comunicarmos aos outros, aquilo que nós acreditamos que somos? Talvez a dificuldade esteja na própria dúvida que temos com relação a nós mesmos. Talvez nem nós saibamos quem nós somos. Apesar disso, houve um homem que afirmou categoricamente que ele era o que era.

Paulo disse em sua primeira carta aos Coríntios: eu sou o que sou. É uma afirmação forte de um homem convicto de quem era. Como Paulo teve a coragem de dizer isso? A coisa se torna ainda mais profunda quando ponderamos no fato de o próprio Deus ter falado dessa mesma forma. Quando Moisés perguntou pra Deus qual seria o Seu nome, Deus disse: Eu sou quem eu sou. Será que Paulo quis se igualar a Deus? De forma nenhuma.

O início da frase de Paulo é o seguinte: pela graça de Deus, eu sou o que sou. Paulo não está se gloriando, mas está glorificando a Deus. A certeza que Paulo tinha quanto ao seu ser está na segurança que ele tinha no ser de Deus. Paulo não deveria ser aquilo que ele era naquele momento. Se dependesse de Paulo ele continuaria sendo um religioso prepotente que perseguia com violência aqueles que discordavam de sua doutrina. Esse era o Paulo como deveria ser. Mas, pela graça de Deus ele não era mais isso. Paulo se tornou um dos santos, mas não mais um deles. Paulo se tornou notável entre aqueles que fizeram parte do início da Igreja cristã.

A convicção que Paulo tinha quanto a quem ele era estava, totalmente fundamentada no conhecimento que o próprio Paulo tinha sobre Deus. Nisso nós podemos ver que a consciência mais elevada quanto ao nosso ser, depende da consciência que temos de Deus. Viver a mercê de nós mesmo nos faz ficarmos perdidos neste mundo, tentando viver da maneira como achamos melhor e isso nunca nos leva ao melhor lugar. Paulo vivendo à parte de Deus foi um sanguinário religioso, mas tendo sido transformado por Deus, agora é um dos maiores ícones do cristianismo. Porém, ele reconhecia que isso dependia da graça de Deus. Ele era quem era por causa da graça de Deus.

Você quer ter a coragem de dizer: eu sou quem eu sou? Então é necessário que você desista de viver por si mesmo, pois as únicas pessoas que são capazes de afirmar com convicção quem elas são, são as que permanecem próximas de Deus e são transformados de acordo com a Sua graça. Neste momento você poderá dizer: eu sou quem eu sou, pela graça de Deus.

quinta-feira, 19 de março de 2009

o Amém


Hoje eu fui surpreendido por uma pergunta de um menino de cinco anos no abrigo onde trabalho. O pequeno menino perguntou pra mim: seu eu pedir pra Deus escurecer o céu Ele vai me obedecer? Claro que minha resposta foi negativa, dizendo que não é Deus quem nos obedece, mas nós a Ele.

É impressionante que tanta gente ainda tenha uma concepção de oração que é tão “madura” quanto essa pergunta de um menino de cinco anos. Pra muita gente, orar é a tentativa humana de persuadir a Deus para que Ele nos obedeça. Eu não quero falar sobre oração, mas quero falar sobre o poder da palavra. Qual é a palavra poderosa, a nossa ou a de Deu? Acho que a pergunta soa um tanto ridícula, mas inconscientemente as pessoas se colocam nessa disputa um tanto disparate.

Talvez seja impressionante, mas não há na Bíblia nenhuma referência consistente sobre a “palavra do homem”. Talvez isso aconteça porque a palavra que procede do homem seja sempre tolice e acaba sendo irrelevante. Em total oposição a essa inutilidade das palavras humanas, a Bíblia coloca a palavra de Deus como sendo algo poderoso, eficaz, vivo e atuante.
Não é à toa que o próprio Deus Filho (Jesus Cristo) é chamado de o Verbo em João capítulo 1.

Enquanto as nossas palavras acabem sendo lançadas ao vento como se não fossem nada, a palavra de Deus nunca volta vazia (Isaías 55:11). Isso não poderia ser diferente, pois é a palavra de Deus, se fosse uma possibilidade a palavra de Deus acabar dando em nada, então não seria a palavra de Deus, seria uma palavra qualquer. Aqui está a beleza de se ter uma concepção verdadeira de quem Deus é. Se Deus é realmente Deus, Sua palavra deve sempre ser o “ponto final”. A palavra de Deus e não a nossa é o Amém (que assim seja) como aprendemos em Romanos 11:36. Sendo assim, temos que dar mais valor para a palavra de Deus e muito menos valor a palavra do homem, pois essa se vai e passa, mas a Palavra de Deus jamais passará (Marcos 13:31).

sábado, 21 de fevereiro de 2009

dando graças para a glória de Deus

Eu não sei se hoje em dia o conceito de viver para a glória de Deus continua na mente dos cristãos. O fato é que o cristão deveria saber que ele vive para glorificar a Deus. Essa concepção permeia toda a Bíblia, nem sempre de forma clara e direta, mas está sempre lá. Por conta disso, quando a igreja Reformada procurava colocar no papel alguns conceitos básicos da fé cristã para o aprendizado dos cristãos, a primeira pergunta dizia respeito ao propósito final do viver do homem e a resposta dada foi: para a glória de Deus.

Viver para a glória de Deus não é mais a diretriz determinante na vida dos cristãos. Acredito que parte desse desvio se deve ao fato de poucos entenderem o que realmente significa viver para a glória de Deus. O que acontece é que a religiosidade acaba transformando esse conceito em um bicho de sete cabeças. Os cristãos acabam deixando essa questão de lado por pensarem que é algo muito grandioso, só para os que têm a fé mais elevada.

O meu objetivo então é desmistificar um pouco esse conceito e deixá-lo mais acessível a todos os que têm um coração desejoso de agradar a Deus. Para isso é bom vermos que Paulo diz em 1 Coríntios 10: 31, que podemos comer e beber para a glória de Deus. Bom, não é possível que isso seja tão complicado assim. Se até num ato simples como comer é possível glorificar a Deus, deve haver algo simples nesse conceito.

A essência da glorificação a Deus não diz respeito a atos grandiosos, mas sim a ações simples que dão a Deus a Sua devida glória. Simplificando, quando comemos dando graças a Deus, ou seja, agradecendo a Ele, estamos reconhecendo que o motivo de termos o que comer é porque Deus tem nos abençoado. Com isso, estamos reconhecendo que a glória não está no trabalho humano, mas sim na ação divina.

A gratidão é um ato que glorifica a Deus. Dar graças a Deus é dar a Ele a glória que Ele merece. Aí está a simplicidade da questão. O homem quer ter a glória de tudo para ele mesmo, mas quando o cristão se nega a fazer isso e agradece a Deus por qualquer coisa, pequena ou grande, ele está reconhecendo que a glória não pertence a ele, mas a Deus. Viver para a glória de Deus é viver reconhecendo que tudo é dEle, por Ele e para Ele, mesmo que seja no simples comer ou beber. Podemos dar vários outros exemplos corriqueiros como, fazer exercícios físicos, nadar, correr, jogar bola ou qualquer outra coisa. Onde há gratidão a Deus, ali se glorifica a Deus. Dê graças, dê glória, ao Único que merece.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

a falsa responsabilidade

A vida nos dá um prato cheio para que cresçamos como pessoas altamente preocupadas e sempre em busca de soluções para tudo que se mostra como um impedimento para o bom decorrer das coisas. Tudo isso não parece muito prejudicial. Tudo isso tem uma aparência de bom senso. A questão está mais em até que ponto pode chegar essa preocupação e o que podemos definir como sendo um bom curso das coisas.

Quando Jesus fala sobre a solicitude da vida ou ansiedade a respeito da vida em Mateus seis, ele está indo exatamente contra essa ansiedade. O mais impressionante de tudo é que ele confronta aspectos da vida que parecem ser totalmente lícitos. Por que não posso me preocupar com o que vou comer e com o que vou beber ou com o que vou vestir? Se eu sou uma pessoa responsável, eu devo me preocupar com essas coisas, principalmente se outras pessoas dependem do meu trabalho. Mas, ainda assim, Jesus fala que não se deve ter esse tipo de preocupação.

A sociedade nos diz que devemos ser responsáveis. Mas que responsabilidade é essa? Com certeza não é uma responsabilidade saudável (mesmo no sentido literal da palavra). Claro que não é saudável, pois é uma responsabilidade falsa. Colocam em nossas costas uma responsabilidade que não é nossa. Não é à toa que existem tantas pessoas sofrendo de doenças cardíacas, distúrbios físicos e psicológicos. Tudo como consequência dessa responsabilidade falsa que é, na verdade, doentia.

A sociedade diz que aquela pessoa que larga um bom emprego pra ir cuidar dos pobres é um irresponsável. A sociedade diz que se você não vai à farmácia devido ao mínimo sintoma de gripe, você é irresponsável. A sociedade diz que se você não trabalhar o máximo que puder pra ter tudo que quiser, você é irresponsável. E, muitas vezes, as pessoas olham com desprezo para pessoas que resolveram ser as mais responsáveis. Porque as pessoas mais responsáveis são aquelas que cuidam dos negócios do Pai. Jesus diz que se você cuidar dos negócios do Pai, o próprio Pai cuidaria de você. Isso que é responsabilidade verdadeira. Trabalhar no Reino de Deus e saber que Ele cuida de você é a atitude mais responsável que alguém pode tomar. Caminhar e seguir, mesmo que com passos curtos (pois Deus não nos julga pela velocidade que caminhamos, mas pelo caminho em que estamos), no trabalho do Reino, essa é a verdadeira responsabilidade. Responsabilidade que nos dá paz e não como a falsa responsabilidade que nos coloca na cama de um hospital de tão ansioso, medroso e exausto que ficamos. Seja responsável.