segunda-feira, 20 de julho de 2009

Deus, O cirurgião




Jesus já foi chamado de o médico dos médicos. Até o evangelista Lucas, como médico, aborda Jesus como sendo um possível médico dos necessitados, dos doentes. Até aqui qualquer cristão concordaria. Mas e quando pensamos em Deus como um cirurgião. Acredito que poucos concordariam, apesar de alguns evangélicos modernos provavelmente desejarem que Deus fosse um cirurgião plástico. Mas, a verdade é que Deus realmente faz operações e essas operações são cirúrgicas.


Em Hebreus 4:12 há uma descrição do instrumento que Deus usa para as suas cirurgias. Eu não sei exatamente qual seria o objeto mais afiado da época de Jesus, mas é bem provável que um dos objetos mais afiados fosse a espada com o corte duplo, com dois gumes. Esse instrumento afiado e penetrante é a Palavra de Deus. Ela penetra no mais íntimo do ser humano para que possa operar ali uma grande mudança. O fio da espada penetra até chegar no coração para que ele seja transformado conforme a verdade que é a Palavra de Deus. Obviamente esse corte, essa operação, não é algo que ocorre de forma indolor. As cirurgias atuais possuem um precioso escape para essa dor, que seria possivelmente intolerável, me refiro à anestesia.


Porém, por incrível que pareça, Deus é um cirurgião e não um anestesista. As duas funções são totalmente diferentes e Deus só está comprometido com a operação em si. Isso nos fala tanto sobre Deus quanto também nos fala muito sobre nós mesmos. O homem sabe que a Palavra de Deus penetra como um bisturi afiado e tem como objetivo causar um corte profundo que chega ao coração. Por saber disso o homem criou o seu escape, o homem criou a sua anestesia. Essa invenção foi ignorar a Palavra de Deus. Mas, ao ignorar a Palavra, o homem não simplesmente ficou anestesiado, o homem ficou endurecido. O seu coração ficou como pedra. Por isso é que o autor de Hebreus diz em 3:15 para que ao ouvir a Palavra de Deus não se endureça o coração.


Com o coração duro ou não, o bisturi de Deus ainda é capaz de penetrar fundo e operar até mesmo essa pedra dura. Mas o homem deve aceitar ser operado sem anestesia. Ser operado sem anestesia quer dizer ser penetrado pela Palavra de Deus e deixar que ela mostre a podridão que há dentro do homem e a retire como um tumor que é removido. Ser operado sem anestesia é provar a própria corrupção que há dentro de si e deixar que Deus a tire, caso contrário a morte é certa. Tudo isso, toda essa dor, é contrário à natureza humana que está sempre fugindo da dor (por isso há tantas pessoas sentadas nos bancos das igrejas que tomam sua dose de anestesia antes de ouvir a Palavra de Deus). Ir contra a natureza humana é exatamente aquilo que Deus espera que o homem que deseja ser operado haja. Quem está disposto a confiar a vida nas mãos do mais impressionante de todos os cirurgiões? Do cirurgião que é capaz de mudar vidas eternamente? Mas, não se esqueçam que tudo ocorrerá sem anestesia.

sábado, 11 de julho de 2009

Monstros S.A.


Já foram feitos muitos filmes, sejam de terror ou não, que envolvem monstros. A grande maioria desses filmes mostra um ser totalmente desfigurado e que parece nada ter a ver com os seres humanos. Porém, alguns filmes mostram monstros que se assemelham bastante com as pessoas, só que de uma forma mais amedrontadora. Ontem vi um desses filmes. “Eu sou a lenda” com Will Smith, contém uns personagens que são seres humanos “alterados” por um vírus. Esses seres se transformam em monstros que de humanos só têm algumas características anatômicas.

No filme, um vírus causa essa mutação. Mas, o que impede que as pessoas se transformem em verdadeiros monstros? O que faz com que a vasta maioria das pessoas no mundo não seja tão perversa e maldosa? Será que a educação, o governo ou sei lá o que, podem evitar isso? Acho difícil que essas sejam respostas válidas. Talvez, essas coisas podem ter alguma influência, mas a história revela que quase nunca essas coisas evitam que certas pessoas passem de seres humanos “normais” para seres “monstruosos”.

Num mundo criado por Deus, as coisas não acontecem separadamente dEle. Por isso, ao observarmos o mundo, temos que pensar como isso pode ter a ver com Deus. Na teologia há algo chamado graça comum. Essa graça é derramada sobre todas as pessoas sem distinção. Isso resulta que justos e injustos, educados e mal educados etc. têm os mesmos benefícios comuns como a chuva, o sol, o alimento etc. Mas, é essa graça comum, a explicação para o fato de num mundo cheio de pecadores, pessoas egoístas, rancorosas, vingativas, ainda haver beleza, amor, paciência, sorrisos, arte, música, alegria e tudo o que podemos pensar de bom. É também essa graça a explicação para o fato de pecadores não serem cada vez mais pecadores até que virem monstros.

O que evita as pessoas de se tornarem monstros, como os que vemos nos filmes, é a graça de Deus que inibe a ação do pecado e limita sua influência sobre a criação como um todo. Se Deus, por um só dia, deixasse de derramar sobre nós a Sua graça, seríamos todos consumidos pela nossa própria monstruosidade. Sem a ação de Deus no mundo, o que resta é o que nós somos sem Deus, nada a não ser maldade. O único que tem o poder de lançar luz sobre estas trevas é Deus. O único que tem poder para evitar que nos tornemos monstros é Deus.