sexta-feira, 15 de agosto de 2008

...se alegra com a justiça...

1 Coríntios 13 é um capítulo muito bem conhecido não somente no meio cristão, mas também entre aqueles que conhecem algum pouco a respeito da Bíblia. Acredito que esse capítulo seja muito conhecido por todos por causa do seu tema que parece tão atrativo, um assunto que parece fazer parte da vida de muitos e que poucos parecem não ter a consciência de tê-lo experimentado, a saber, o amor.

Muito do que é conhecido desse capítulo diz respeito ao lado que tem uma aparência mais sentimental do amor, fazendo com que esse conceito romantizado do amor seja fortalecido nas mentes das pessoas. Claro que essa percepção sentimental do amor é visto mais claramente por todos porque o homem tem a tendência de ver somente aquilo que lhe agrada, deixando de lado o que lhe parece discrepante com o seu próprio conceito do assunto.

Quero abordar uma característica do amor que é normalmente negligenciada. É dito no versículo seis que o amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Essa característica do amor não tem a menor aparência sentimental e, por isso, é esquecida. Paulo coloca a questão de uma maneira negativa, mas poderíamos dizer, de maneira positiva, que o amor se alegra na justiça.

A descrição do amor, por ser um atributo de Deus, deve estar em conformidade com o Ser de Deus. Se por acaso Paulo dissesse que o amor não é zeloso, ele estaria mentindo, pois o zelo é uma característica de Deus, sendo assim, é uma característica do amor. Se Paulo diz que o amor não se alegra com a injustiça, isso é verdadeiro porque, realmente, Deus não se alegra com a injustiça. Os atributos de Deus, e do amor, não podem ser excludentes, mas devem caracterizar os outros. Por exemplo, Deus é amor e Deus é justiça, então, o amor de Deus é um amor justo e a justiça de Deus é uma justiça de amor. Um não pode excluir o outro.

Como os atributos de Deus caracterizam um ao outro, isso torna impossível a qualquer um conhecer somente um desses atributos, se eu quero conhecer o amor de Deus, é necessário que eu também conheça a Sua justiça, afinal o amor de Deus é um amor justo. Mas, normalmente as pessoas querem conhecer somente os atributos “agradáveis” de Deus, mas isso é impossível. Isso leva a uma falta de entendimento de quem Deus é, e o que se conhece não é mais o Deus verdadeiro, mas um deus distorcido. Se não o entendimento de Deus é distorcido, com certeza o viver e suas práticas também serão.

A justiça de Deus é tão imprescindível ao Ser de Deus quanto o Seu amor. O amor jamais se sobrepõe a justiça e é por isso que Deus enviou Seu Filho para morrer, porque o pecado tinha que receber a punição devida. O amor de Deus foi demonstrado em Sua justiça e vice-versa. Assim como Deus é, assim deve ser o amor, o amor que pratica a injustiça ou mesmo se alegra com ela já não é mais amor, é um sentimento vazio, como vazio é um deus distorcido.

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