quinta-feira, 30 de outubro de 2008

nossa posição e condição

Uma das maiores lutas travadas pelos cristãos diz respeito ao seu andar em santidade. Esse foi o assunto tratado dois posts atrás, onde escrevi sobre a luta pela santidade. Temos um novo coração, mas ainda há em nós aspectos da velha natureza e, assim, está armado o campo de batalha entre esses dois. Nesse momento, porém, quero tratar de algo que está acima dessa batalha. Claro que haverão perdas e ganhos, mas o que faremos quando perdemos?
Nas perdas, será que temos de desconfiar da nossa salvação? Ficaremos desesperados e nos entregaremos ao que é velho? De forma alguma!

É do entendimento geral, pelo menos deveria, que Israel é como um protótipo da Igreja (mesmo que parte de Israel realmente faça parte da Igreja). Quase tudo, se não tudo, do que é dito sobre Israel pode ser aplicado à Igreja. Em Miquéias 7:8 lemos o seguinte: ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz. É totalmente desnecessário dizer que Israel caiu, caiu e caiu. Miquéias fala aqui sobre uma dessas quedas.

O que ele diz é que o povo de Deus pode até cair, mas ele se levantará. Ele se levantará, não porque ele é forte e poderoso, mas porque Deus é forte e poderoso. O que é dito é que o justo pode até manchar a sua condição, mas ele jamais cairá de sua posição. Por que é assim? Porque a condição do crente, se ele está crescendo e amadurecendo na fé, é algo que pressupõe esforço de sua parte – ainda que receba muita ajuda divina. Já a sua posição de alguém que é salvo, não depende de seus esforços, mas do esforço do próprio Deus. Por ser assim, a posição do filho de Deus não muda por conta de seus tombos, mas a sua condição muda. Uma não muda, por depender de Deus exclusivamente e a outra muda, por depender, não exclusivamente, do próprio homem.

Fica clara, então, a importância do entendimento da salvação unicamente pela Graça. Há a esperança de salvação, exatamente porque é algo operado exclusivamente por Deus e, o mesmo pode ser dito sobre a perseverança dos santos. Deus, não nós, é a luz no meio das trevas. Na verdade, nós fazemos parte das trevas. O fato de podermos nos levantar e caminhar, é porque adiante de nós está Deus, como uma luz que ilumina o nosso caminho para que não mais tropecemos. Nossa confiança deve estar na nossa posição (Deus nos colocou no caminho) e não na nossa condição (estamos em pé ou caímos).

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