quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

tirando o pirulito das crianças


Eu já visitei algumas favelas na minha vida. Algumas em Belo Horizonte, outras em Mato Grosso do Sul e ainda algumas aqui em São Paulo. De vez em quando eu penso que já vi o suficiente pra não me impressionar mais. Porém, cada vez que eu vejo a pobreza, ela me salta aos olhos, dá um tapa na minha cara e me faz acordar para a realidade da grande maioria da população no mundo.
Será que falta recursos no mundo para que essas pessoas experimentem o que venha a ser uma vida mais humana? É óbvio que não falta. Há recursos suficientes, mas estão nas mãos de poucos. Até pouco tempo atrás eu não entendia a profundidade da questão. Quando os recursos do mundo são distribuídos injustamente, não é só uma falha de distribuição, é uma questão de roubo. Os que permanecem com a maior parte dos recursos estão roubando daqueles que continuam com o quase nada.
A lógica de Deus é a seguinte: foi Ele quem criou todas as coisas, por isso tudo pertence a Ele. O homem não tem o direito de posse, o homem tem a responsabilidade da administração. Por isso, os recursos produzidos nas posses de Deus, não são do homem, mesmo que os recursos tenham sido gerados na administração que o homem faz das posses de Deus. Sendo assim, quando eu tomo posse de um recurso que não é meu ( na prática isso seria ter recursos luxuosos ou acima da média), eu estou roubando de alguém (fazendo com que essa pessoa fique abaixo da média). Afinal de contas, apesar de Deus ser o possuidor de tudo, Ele distribuiu tudo igualmente. Ele não se coloca na posição de roubado, mas acusa que os menos favorecidos estão sendo roubados.
Talvez alguém pense que tudo isso é um pensamento muito socialista, mas Deus não é marxista. Ele nunca intencionou que a lógica dEle se transformasse em uma realidade estatal onde o governo controla as coisas para que os recursos sejam distribuídos igualmente. Isso faz com que haja uma igualdade social falsa, forçada e destrutiva. Na verdade, Deus intencionou que isso se tornasse uma realidade espiritual. Não algo místico, mas espiritual no sentido de que os recursos são distribuídos por conta de uma generosidade amorosa e não por uma obrigação. Esse tipo de atitude faz com que haja unidade, não igualdade; doação alegre, não opressão e edificação de uma sociedade e não a destruição dela. Deus entende das coisas um pouco mais do que muitos pensam. Se tão somente a sociedade confiasse nos parâmetros dEle, muito sofrimento seria amenizado.

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